ESTUDO DO FBI QUE SERVE COMO PARÂMETRO PARA ELABORAÇÃO DE TREINAMENTO PARA POLICIAIS, pois não esta longe de nossa realidade.
Em estudo recente do próprio FBI, publicado em 180 páginas (Violent Encounters: A Study of Felonious Assaults on Our Nation's Law Enforcement Officers.) que é o terceiro de uma série de longas investigações sobre ataques fatais e não fatais analisadas a partir de um conjunto de mais de 800 incidentes, onde os pesquisadores selecionaram 40 (quarenta), envolvendo 43 (quarenta) infratores, sendo 13 (treze) deles integrantes de gangues ligadas ao tráfico de drogas e 50 (cinquenta) agentes de segurança. Para exploração em profundidade, os pesquisadores visitaram cenas de crime e entrevistaram extensivamente sobreviventes oficiais e agressores da mesma forma, a maior parte dos últimos, ainda na prisão, e dentre várias constatações, consolidaram cientificamente o seguinte:
1. 40% dos policiais mortos em serviço não tiveram reciclagem ou prática de tiro durante três anos após terem efetuado o último disparo em treinamento. Muitos dos que tombaram em serviço eram atiradores precisos em alvos de papel no estande, mas praticavam treinamentos inadequados.
2. 60% dos casos de morte de policiais, estes se encontravam tão despreparados para a situação que morreram sem sequer retirar suas armas dos coldres e 40% morreram mesmo sacando suas armas. Dos policiais mortos, somente 27% conseguiram reagir atirando de volta e destes últimos, menos de 50% conseguiram atingir seus agressores e apenas 30% dos agressores atingidos foram neutralizados. Ou seja, do universo de policiais mortos, menos de 30% chegaram a disparar e apenas cerca de 10% conseguiram acertar seus agressores, sendo que no máximo 3% dos casos, os agressores foram neutralizados.
3. 20% dos policiais mortos casos acabaram sendo executados mortos com suas próprias armas, tomadas de suas mãos ou de seus coldres.
4. 85% dos confrontos armados acontecem em distâncias de no máximo seis metros e o tempo médio dos confrontos armados não ultrapassam três segundos e são disparados mais de dez tiros até que o confronto acabasse.
5. Mais de 60% dos agressores neutralizados conseguem descarregar totalmente suas armas até que sejam neutralizados, e dos disparos realizados por ambos os lados, a cada seis tiros que são efetuados durante o confronto, somente um projétil acerta o corpo do oponente, mas na maioria dos casos não neutralizam o agressor.
6. Aproximadamente 80% dos casos de confrontos armados foram vencidos por quem atirou primeiro, e destes, quase a totalidade foi consequência de já estar com arma na empunhada antes mesmo de visualizar o agressor.
7. 98% dos policiais que sobreviveram disseram não ter utilizado o aparelho de pontaria da arma durante o confronto.
8. 84% dos tiros disparados no confronto armado, independente de calibre, não atingem nem de raspão os alvos desejados. Destes, apenas 8% causam ferimentos ou morte (disparos acertados em regiões que causam destruição de órgãos ou tecidos vitais), os outros 8% restantes são aqueles que mesmo atingindo o alvo não causam danos de acordo com a realidade do fato.
9. Pesquisas médicas comprovam que cerca de 20% dos indivíduos atingidos por um único disparo em áreas vitais não causam incapacitação instantaneamente do agressor, mesmo que na prática, seja uma questão de pouco tempo para que estejam mortos. Cerca de 13% deles resistem conscientemente por até 3 minutos, e 7% resistem por mais tempo, isso se deve às condições psicofísicas do agressor.
10. Dos casos de confrontos analisados em que houve a incapacitação imediata, ou seja, o agressor para de atirar e foi rendido pela polícia, ultrapassou o índice de 80%, e destes menos de 5% o agressor foi a óbito.
Este estudo caracteriza o que defendo há anos nos treinamentos policiais. O treinamento de tiro para Agentes de Segurança Pública deve ser intensificado ao extremo. O Tiro Tático Policial é a chave para preparação do agente para os confrontos policiais. O estudo do FBI é bem claro e traduz o que defendo há decadas. Em um tiroteio policial vence quem atirar mais rápido e mais preciso. O tiro tático policial caracteriza-se pelo tiro em movimento baseado na velocidade e precisão. Este preparo do agente fará a diferença. A habiliddae e dominio desta técnica é fundamental e fara a diferença durante os confrontos. É importante que as instituições responsáveis pela formação dos Agentes de Segurança Pública intensifiquem este treinamento, pois esta é a solução correta, agora fundamentada em estudos cientificos feito por uma instituição chamada FBI.
Autor: Marcos Vinicius Souza. Policial Civil/RS - instrutor e fundador do CTTE.